quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

O adolescente e seu grupo

São barulhentos, irrequietos, chegam juntos e sentam-se juntos na galeria, nos últimos bancos, do lado direito ou do lado esquerdo (como fazem os da minha igreja). Conversam boa parte do tempo. Mascam chiclete e passam bilhetinhos durante o culto.
Com freqüência e insistência, o pastor precisa dar uma olhada toda especial para o lado em que eles estão assentados. Mas eles cantam com bastante entusiasmo os cânticos (os hinos do Cantor Cristão e do HCC nem tanto). Às vezes, "por esquecimento", deixam a Bíblia em casa e trazem apenas a revista da EBD, quando a encontram.
Para os passeios, são os primeiros a chegar. Das festas, os últimos a sair. Formam um grupo bonito e cheio de vida. Quem são eles? São os adolescentes da igreja! Como é bom vê-los aos domingos!
Por outro lado, o adolescente que pertence a essa turma também pertence a outros grupos: da escola, da rua, do clube, dentre outros, nos quais ele se sente seguro e aceito, pois se identifica com os demais membros do grupo.
A partir do momento em que ele passa a integrar um desses grupos, questões preocupantes como: Quem sou eu? Como devo me portar? Como devo me relacionar com os outros? Que ideal de vida devo ter? No que devo crer? A quem devo seguir? – tornam-se amenizadas, pois ele faz o que a turma faz. Aparentemente, a responsabilidade pelo comportamento que ele assume não é sua, mas sim da turma. Afinal, ele só está fazendo isso ou aquilo porque todos os adolescentes fazem. Está assumindo determinado tipo de comportamento porque é assim que todos os adolescentes se comportam. Está usando certas gírias porque é assim que a turma fala, e assim por diante.
A influência que o grupo exerce sobre o indivíduo nessa fase da sua vida é muito forte e determina em grande parte o seu comportamento. Os ensinamentos que seus pais, líderes e professores lhe passam ficam enfraquecidos se forem contrários à opinião do grupo. Às vezes, ele nem quer fazer o que a turma faz, mas, com medo de ser rejeitado e ridicularizado pelos colegas, acaba fazendo. Sendo assim, é preciso que ele receba uma educação cristã sólida, que lhe permita estabelecer critérios firmes na hora de escolher o grupo a que vai pertencer.
A Bíblia adverte que as más companhias estragam os bons costumes (1 Co 15.33-34). Daí a nossa responsabilidade enquanto líderes: criar condições para que a influência que o adolescente venha a receber no grupo da igreja exceda a toda e qualquer influência que ele venha a receber de outros grupos, nos quais, muitas vezes, é incentivado a mentir, desobedecer aos pais, não respeitar professores e líderes, usar drogas, fazer uso de bebidas alcoólicas, fumar, manter relações sexuais durante o namoro...
Texto publicado na revista Você - Adolescente, de autoria de Rosângela Velasco Bresciani (Psicóloga - Rio de Janeiro – RJ), adaptado para líderes por Celina Veronese

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.